Informações Gerais

Data: 26/12/2006 a 02/01/2007
Distância Percorrida: 1707 km
Cidades Visitas:               
Itanhahém, Mongaguá, Praia Grande, São Vicente, Santos, Guarujá, Bertioga, São Sebastião, Caraguatatuba, Ubatuba, Paraty e Angra dos Reis
Quantidade de praias conhecidas: mais de 100
Moto: NX-4 Falcon 2006
Acessórios:
                Alforjes Gift
                Bolsa de tanque Gift
                Bauleto Givi 45 litros


Diário de Bordo

O marido de minha cunhada comprou uma XT-660R zerinho em dezembro de 2006 e estava louco para colocá-la na estrada e por isso estava “infernizando as idéias” (no bom sentido). Ele queria ir até Arraial do Cabo no Rio de Janeiro. Porém eu não sabia se conseguiria tirar os dias de folga entre o natal e o ano novo e caso eu conseguisse ficaria sabendo em cima da hora. Por isso combinamos que se tudo desse certo minha mulher e eu iríamos passar somente alguns dias com eles em Paraty, pois era o máximo que eu conseguiria sem atrapalhar o roteiro por ele traçado. O percurso que o Junior e minha cunhada tinham em mente era:
- Curitiba / Santos no dia 22
- Santos / praia de Trindade em Paraty no dia 23
- Paraty / Angra dos Reis no dia 29
- Angra dos Reis / Arraial do Cabo no dia 30
- Arraial do Cabo / Santos no dia 03
- Santos / Curitiba no dia 04

Felizmente consegui negociar a folga e no dia 26 saímos em direção a Santos. Optamos em fazer esta escala, pois a Carla e eu queríamos conhecer todas (quase todas) as praias do litoral paulista. Para isso usei como base o Guia Quatro Rodas Praias, que tem fotos de satélite e identifica todas as praias, além de fazer comentários sobre elas. Como já conhecíamos Peruíbe / Reserva da Juréia e Cananéia, “pulamos” estas praias e fizemos nossa primeira parada em Itanhahém. Ao entrar na cidade sentimos o drama de visitar as praias paulistas no período de festas, o transito estava um caos.... Mesmo assim tiramos fotos e seguimos em direção norte pelas ruas das cidades que acompanham a orla.




Estava calor, porém o céu um pouco nublado e ameaçava chuva, porém em todo o trajeto não caiu uma gota se quer (eu até queria para refrescar). Fomos neste ritmo, anda, para, tira foto, anda, para nos engarrafamento, até que encheu a paciência e decidimos voltar para a estrada, mais ou menos na metade de Praia Grande.

Tocamos até Santos e quando atravessamos a ponte que dá acesso a São Vicente o mundo caiu sobre nossas cabeças. Foi uma pancada de no máximo 30 minutos, mas o suficiente para alagar praticamente todas as ruas. E foi sob este temporal que procuramos hotel para ficar, foi bem estressante. Como não conhecia Santos e por ser uma cidade grande achei que seria fácil encontrar uma hospedagem e por isso não reservei – santa inocência. As 17:30, após a Carla entrar em uma dúzia de hotéis, estávamos nos instalando no Hotel Avenida Palace na avenida beira mar. Antigo e com a conservação não lá essas coisas, mas aceitável. Pelo preço e localidade vale a pena ficar.



Após um bom banho saímos para caminhar na orla e procurar um lugar para jantar. A orla de Santos é muitíssimo agradável, assim como a cidade, tanto que depois voltei mais duas vezes com mais tempo e virei fã da cidade. Ah, para jantar optamos pelo restaurante que fica sob o hotel, comida excelente embora um pouco cara.

Na manhã seguinte saímos as 8:00 do hotel, pois apesar de não ser um percurso longo pretendíamos conhecer 75 praias. O dia prometia, pois os termômetros das ruas já marcavam 24 graus e o céu apesar de estar com algumas nuvens não prometia chuva. Fomos pela orla de Santos até a balsa que nos levou a Guarujá, depois nós entramos naquela que é considerada uma das mais belas estradas do Brasil, a Rio – Santos. Como o objetivo não era só chegar a Paraty fomos fazendo um zig zag entrando e saindo da estrada e a cada saída conhecíamos uma praia. Embora só as vistas para quem faça este trecho BR-101 deixam os turistas encantados, pois a cada morro que se sobe / desce têm-se visuais magníficos das praias. Neste entre e sai passamos pelos municípios de Guarujá, Bertioga, São Sebastião e Caraguatatuba onde paramos para almoçar.








Após abastecer a moto e a barriga fizemos uma pausa a beira mar para a comida assentar e demos sequencia a viagem no mesmo ritmo – anda, para, tira foto, anda, para ..... Dessa forma chegamos a pousada em Paraty as 19:00, ou seja, levamos 11 horas para fazer 275 quilômetros. Conseguir esta pousada foi um milagre, pois reservei-a no dia 23 aproveitando a desistência de alguém, o único problema é que paguei caro. A pousada Brisamar é bem aconchegante, com quartos novinhos que dão para uma sacada com vista para o mar. Ela fica a 6 quadras do centrinho, porém passa por uma praça meio escura e com alguns barzinhos meio barra pesada. Fora isso eu recomendo.

Ligamos para o Junior e marcamos de nos encontrar no centro, fomos fazer uma caminhada pelos calçadões históricos sob uma chuvinha fraca, paramos para jantar e colocar o papo em dia. Descobrimos que eles haviam levantado acampamento e ido para uma pousada, pois nos primeiros dias na praia de Trindade estava tudo perfeito até o dia 24, quando o vilarejo foi invadido por todo o tipo de gente ficando impossível de permanecer no lugar. Depois de uma longa conversa retornamos para as pousadas para descansar.

Para o terceiro dia de viagem (28/12) combinamos fazer um passeio de barco pelas ilhas da região. A princípio íamos em uma escuna, entretanto o Junior e a Claudia reservaram um barco só para nós e ainda pagaram (deram a nossa parte da conta de presente de natal). Foi a melhor coisa, pois a cobertura do barco era toda forrada com colchonetes, nos quais as mulheres ficaram estiradas ao sol e nós ficamos sentados em cadeiras sob guarda-sol – uma mamata só. Contornamos 3 ilhas e quando chegamos próximo da quarta ilha o “comandante” parou, nos deu máscaras de mergulho e assim que entramos na água ele jogou um pedaço de pão, “choveu” peixes listrados em amarelo e preto em volta de nós. Depois de alguns minutos curtindo este aquário natural seguimos viagem passando por outros dois excelentes pontos para mergulho. Paramos em um deck em outra ilha, agora para almoçar. O quanto o lugar tem de simplicidade ele tem de aprazível, tanto que almoçamos e ficamos sentados na mesa por mais um bom tempo, até que o comandante nos chamou. Voltamos ao barco e a próxima parada foi em uma enseada (em outra ilha) para ver estrelas-do-mar. Era possível mergulhar e pegá-las, mas totalmente proibido levá-las para casa. Ainda bem, pois do jeito que tem pessoas sem consciência ecológica isso iria acontecer. Antes de retornarmos ainda paramos para mais um mergulho e as 16:30 estávamos aportando. Foram 5 horas incríveis.









Fica a dica, mesmo custando o dobro do passeio de escuna (se estiver em quatro no barco) vale muito a pena.

Demos uma caminhada pelo centrinho, fizemos um lanche e fomos para as pousadas. Após tomarmos banho a Carla e eu fomos até a pousada do Junior e da Claudia assistir os dois trabalharem, pois no dia seguinte eles iriam seguir viagem e precisavam arrumar as malas.

Já na manhã seguinte as 8:30 estávamos (Carla e eu) na porta da pousada do Junior e da Claudia, pois iríamos junto com eles até Angra dos Reis passeando por todas as praias do caminho (do mesmo jeito que havíamos feito até Paraty). Neste dia conhecemos mais 19 praias e por isso chegamos a Angra somente as 14:00 horas, mesmo tendo percorrido somente 97 quilômetros. A poucos quilômetros de Angra tomamos um belo banho, uma pancada que durou uns 15 minutos, todavia como estava calor, não nos preocupamos em vestir as capas de chuva.

Ao entrar na cidade fomos direto a concessionária Yamaha, pois o Junior queria fazer a revisão de 1000 km da XT para não perder a garantia. Acertado o serviço deixamos a Falcon na pousada (praticamente ao lado da concessionária e em frente a um shopping) onde eles se instalaram e finalmente as 15:30 sentamos para um “belo” almoço, lanche no Bob’s localizado no shopping. Este por sinal é pequeno, mas o que chama a atenção é o luxo das lojas e a marina gigantesca anexa a ele, além do píer localizado nos fundos, onde diversas lanchas e iates estavam ancorados.






Voltamos para a pousada, nos despedimos e a Carla e eu retornamos para Paraty, sendo que o caminho da volta fizemos em pouco mais de uma hora. Como chegamos quebrados optamos em nos recolher cedo e fazer um lanche na pousada mesmo.

No dia 30 dormimos até mais tarde e após o café fomos conhecer Trindade, local que todo mundo diz ser incrível. Imagino que deva ser mesmo, porém a quantidade de pessoas era tão grande que não conseguimos aproveitar o lugar. A praia do Cachadaço, eleita uma das mais belas do Brasil, não dava para ficar, mal dava para ver a água – e não estou exagerando não! Entramos, tiramos algumas fotos e saímos rapidinho. Optamos em voltar para Praia de Fora (o “centro” de Trindade). Como ela é maior a densidade demográfica era menor e deu para curtir a beleza do local.





Para o último dia do ano planejamos curtir a cidade, a sua história e nos prepararmos para a virada do ano, bem como comprar alguns souvenires. Para a meia noite pretendíamos ir a praça central onde haveria uma queima de fomos e um show com a bateria da escola de samba Mangueira, porém choveu do por do sol até bem próximo da meio-noite. Em função disso mudamos os planos e assistimos os fogos sentados na rede da sacada da pousada.



Para começar o ano com o pé direito fomos passar o dia na praia Jabaquara, que apesar de não ser boa para banho (o fundo do mar tem muito lodo) possui areia medicinal e por isso é bem procurada. Optamos por esta praia por ser bem próxima ao centro e possuir boa estrutura. Após o almoço retornamos para a pousada para arrumarmos as malas, pois no dia seguinte acabava a nossa folga e dia 03/01 já tinha que estar no batente.






Minha intenção para o retorno era sair de Paraty em direção a Cunha, mesmo tendo um trecho de 22 quilômetros em estrada de chão na subida da serra. Dizem que esse caminho é muito belo e faria com que fugíssemos do transito de retorno dos paulistas para a capital. Infelizmente durante o café-da-manhã o dono da pousada ligou para alguns conhecidos que trabalham as margens da estrada e a mesma estava interditada, pois chovera a noite inteirinha. Desta forma fomos obrigados ir até Ubatuba e lá pegarmos a SP-125 em direção a Taubaté. Para nosso azar na subida da serra uma caminhonete tombou fechando totalmente a estrada, obrigando-nos a ficar parados por mais de 2 horas e assim chegamos a Taubaté já próximo do meio-dia.




De Taubaté seguimos para São Paulo pela Rodovia Airton Senna, que estava bem movimentada, mas com o trânsito fluindo bem. Não conheço bem São Paulo e por isso minha intenção era desviar a marginal, eu queria pegar a Bandeirantes e depois o rodoanel, mesmo andando um pouco mais. Porém errei e quando percebi já estava na marginal, como estava vazia continuei por ela e em pouco tempo já estava acessando a Regis Bittencourt.

As 17:00 horas chegamos ao posto Grahal em Registro. Fizemos um bom lanche e descansamos um pouco, afinal estávamos sobre desde as 9:00 e ainda tínhamos 200 quilômetros pela frente. Para desanimar mais ainda víamos a frente muitas nuvens pesadas que com certeza trariam chuvas e não deu outra. Foram 150 km sob chuva muito forte e de noite. As 21:30 chegamos em casa são e salvos, embora minha mulher estava muito brava (e com toda a razão), pois além de cansada estava inteira molhada. A capa dela, por algum motivo, não agüentou o tranco. Neste dia percorremos 691 quilômetros em 12 horas e 30 minutos.

Foi uma viagem as pressas, de certa forma até com pouco planejamento, em um período ruim pelo movimento e pelos custos exorbitantes, mas apesar disto foi maravilhosa, pois a Carla e eu conhecemos lugares fantásticos em excelente companhia - valeu a pena!!!!